‘Pior que o temido’: analistas explicam tombo das ações do Banco do Brasil (BBAS3)

Banco do Brasil (BBAS3) derrete na bolsa com resultado abaixo até mesmo das estimativas mais conservadoras dos analistas
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  • O Banco do Brasil (BBAS3) reportou lucro 20% menor que o esperado no primeiro trimestre.
  • Analistas revisaram expectativas de crescimento para a instituição.
  • O resultado de R$ 7,3 bilhões ficou abaixo dos R$ 8,5 bilhões previstos.
  • A resolução do CMN impactou a margem financeira do BB, impedindo o reconhecimento de R$ 1 bilhão.
  • A inadimplência cresceu, preocupando o mercado e levando ao rebaixamento da recomendação de ações por alguns bancos.
  • As ações do BBAS3 fecharam em queda no Ibovespa.
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Empresas citadas na reportagem:

A queda de 20% no lucro no Banco do Brasil (BBAS3) de no primeiro trimestre deste ano contra o número registrado no mesmo período de 2024 fez o mercado financeiro rever expectativas sobre a instituição estatal e o quanto ela pode crescer neste ano. Se o consenso da previa R$ 8,5 bilhões de lucro líquido ajustado, o BB entregou R$ 7,3 bi.

“É pior do que temíamos”, disse Eduardo Rossman, analista do BTG Pactual. O Bradesco BBI foi mais ágil ao cortar a recomendação das ações do Banco do Brasil de compra para neutro. Ao rebaixar o papel, o banco denota que o lucro veio “abaixo das estimativas mais conservadoras” do mercado. Spoiler: acionistas do Banco do Brasil devem apertar os cintos a partir de hoje, sob turbulência nas ações.

As ações do Banco do Brasil fecharam em forte queda no Ibovespa hoje.

Resolução impactou BB ‘bem mais do que outros bancos’, diz BTG

O mercado já esperava um resultado mais fraco do Banco do Brasil (BBAS3). A estimativa dos analistas era de R$ 8,5 bilhões, que vinha sendo reajustada pelo aumento de recuperações judiciais no agronegócio.

Mas o resultado do BB conseguiu decepcionar até mesmo as estimativas mais conservadoras da praça de negociações.

Assim, em vídeo de apresentação de resultados, o diretor-executivo de Finanças do Banco do Brasil, Marco Geovanne Tobias da Silva, admitiu que os números vieram piores do que a própria expectativa da diretoria.

O BTG Pactual explica que o BB perdeu o bonde do mercado “por muito”.

Eduardo Rossman, analista do BTG, explica que houve piora na margem financeira que surpreendeu pelo impacto da resolução do CMN que repactua os critérios de contabilidade de ativos e constituição de risco de crédito provisionado.

A medida impediu o reconhecimento de R$ 1 bilhão na margem financeira do BB no trimestre, “maior que o esperado”, disse Rossman.

O descasamento entre ativos prefixados e captação via títulos atrelados à Selic, que subiu no primeiro trimestre, agravou as perdas em lucratividade. Tudo leva ao tombo das ações do Banco do Brasil (BBAS3) na bolsa.

“Quando o BB divulgou resultados no quarto trimestre, as ações acumulavam alta de 20% no ano, contra avanços de 7,5% e 5%”, continuou o analista do BTG. “Em 2025, o BB sobe 24% ao ano, enquanto Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) disparam 40%. Acreditávamos que o voo mais fraco da ação para este ano estava exagerada, mas claramente estávamos errados”, pontuou Rossman.

Mesmo avaliando o balanço como negativo, o BTG Pactual mantém recomendação de compra para ações do Banco do Brasil.

Inadimplência no Banco do Brasil (BBAS3) preocupa mercado

A carteira de crédito do BB cresceu no agronegócio, mas não a um custo elevado para o banco estatal em inadimplência. No primeiro trimestre, 3% de todos os empréstimos do Banco do Brasil para o campo ficaram inadimplentes.

O índice total de inadimplência acima de 90 dias, juntando a carteira de clientes pessoa física, PJ e agronegócio, aumentou para 3,9%. E marcou uma piora a qualidade de ativos do balanço, disse o Bradesco BBI em relatório. O banco de investimento rebaixou a recomendação de BBAS3.

“Adiante, acreditamos que o ano iniciou mais desafiador para o BB que o esperado”, disse o Bradesco BBI em relatório. “A taxa de delinquência em empréstimos aumentou, enquanto as fontes de receita estão mais fracas.”

O Bradesco BBI vê risco de revisão de preços para as ações do Banco do Brasil (BBAS3).

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