Tesla em queda livre: guerra comercial EUA-China e resultados do 1º tri preocupam

A Tesla vendeu cerca de 128 mil carros nos Estados Unidos no primeiro trimestre, uma queda de 9% em relação ao ano anterior. A participação de mercado da empresa caiu de aproximadamente 53% para 43%

Unidade da Tesla em Cingapura - Foto: Chen Lin/Reuters
Unidade da Tesla em Cingapura - Foto: Chen Lin/Reuters

As ações da Tesla caíram nesta quarta-feira (16) em meio a persistentes temores econômicos.

A companhia vai divulgar os resultados do primeiro trimestre na próxima terça-feira (22), e os investidores estão preocupados com os possíveis impactos das tarifas, vendas menores e protestos envolvendo a marca.

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As ações da fabricante de veículos elétricos recuaram 4,9% no pregão de hoje, para US$ 241,55, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones Industrial Average caíram 2,2% e 1,7%, respectivamente.

Os comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, não ajudaram. “As tarifas têm grande probabilidade de gerar pelo menos um aumento temporário na inflação”, disse ele hoje. “Os efeitos inflacionários também podem ser mais persistentes”.

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Período volátil para as ações da empresa de Musk

Tem sido um período volátil para as ações da Tesla. Os papéis estavam cotados em torno de US$ 250 cada na época da eleição presidencial nos Estados Unidos, em 5 de novembro, e subiram para US$ 480 algumas semanas depois.

Os investidores estavam convencidos de que um segundo mandato de Trump beneficiaria a empresa, possivelmente ao criar padrões que acelerassem a adoção de tecnologias autônomas.

Os ganhos, porém, não duraram. Em 2 de abril, as ações estavam próximas de US$ 280, após a Tesla divulgar entregas do primeiro trimestre abaixo do esperado.

Os números decepcionantes alimentaram o temor de que as atividades políticas do diretor-presidente, Elon Musk, estivessem prejudicando a marca.

Como está o desempenho da Tesla

A Tesla vendeu cerca de 128 mil carros nos Estados Unidos no primeiro trimestre, uma queda de 9% em relação ao ano anterior. A participação de mercado da Tesla caiu de aproximadamente 53% para 43%.

Na China, o desempenho foi bem melhor. A Tesla vendeu 135 mil carros no primeiro trimestre, um aumento de 2% em relação ao ano anterior.

A empresa conseguiu crescer apesar de uma pausa nas vendas relacionada à versão atualizada do Model Y. Atualizações em modelos existentes podem desacelerar as vendas enquanto os consumidores aguardam a nova versão.

As vendas da última semana, monitoradas pelo analista do Citi Jeff Chung, no entanto, caíram 15%. É apenas uma semana, mas coincide com a escalada da guerra comercial entre China e Estados Unidos.

“Estamos vendo alguns consumidores na China agora optando por veículos da BYD em vez dos da Tesla”, disse o analista da Cantor Fitzgerald Andres Sheppard.

“Há agora um sentimento na China de que os consumidores estão sendo incentivados a comprar produtos não americanos ou, neste caso, produtos chineses”.

Isso não é uma boa notícia para os investidores da Tesla. A China é o maior mercado mundial de carros novos e veículos elétricos. Representou mais de 20% da receita da Tesla em 2024.

O que pensam os analistas

“Com as tensões entre EUA e China em alta, o risco de um boicote a marcas americanas na China está aumentando significativamente”, escreveu o analista da Exane BNP Paribas Stuart Pearson.

“Tensões anteriores com Japão e Coreia já levaram a uma redução de quase metade na participação de mercado de seus fabricantes de automóveis na China”. Pearson tem recomendação de venda para as ações da Tesla e um preço-alvo de US$ 137.

Sheppard recomenda compra e tem preço-alvo de US$ 425. Ele elevou a recomendação em março, após as ações caírem mais de 50% em relação às máximas de dezembro.

Embora haja muito com que se preocupar, incluindo uma possível paralisação das compras por consumidores chineses, há diversos fatores positivos no horizonte, disse Sheppard, incluindo um novo modelo elétrico mais acessível, o serviço de robô-táxi projetado pela Tesla e, eventualmente, vendas de robôs treinados por inteligência artificial.

Todos esses fatores podem impulsionar as ações à medida que a decepção com o primeiro trimestre for ficando para trás.

*Com informações do Valor Econômico

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