Suzano: lucro de R$ 6 bi não empolga bancos, que mantêm compra, mas falam em decepção

Bancos assumem postura de desconfiança ainda que tenham mantido recomendação de compra para SUZB3

Empresas citadas na reportagem:

As ações da Suzano (SUZB3) caem nesta sexta-feira (9) ainda que a fabricante de celulose tenha registrado lucro líquido de R$ 6,3 bilhões no primeiro trimestre. Isso significa um avanço considerável ante os R$ 220 milhões registrados um ano antes.

Contudo, bancos de investimento se mostraram decepcionados e assumem uma postura de desconfiança em relação a SUZB3, ainda que tenham mantido recomendação de compra para os papeis.

Isso porque o lucro apresentado pela empresa de papel e celulose está muito relacionado ao impacto positivo da desvalorização cambial sobre a dívida em moeda estrangeira e em operações com derivativos.

BofA vê Suzano ‘sem brilho’

Assim, analistas do BofA viram o desempenho como “sem brilho, pois os volumes de celulose e os custos de papel foram decepcionantes”.

A Suzano reportou Ebitda de R$ 4,9 bilhões no 1T25 (-25% t/t; +7% a/a), 9,5% abaixo das estimativas de consenso do mercado.

Ainda assim, o banco mantém a recomendação de compra para ações da Suzano, “devido à avaliação de 5,4x EV/Ebitda e 10,4% de rendimento do FCL (fluxo de caixa livre) em 2025”.

Da mesma maneira, o BTG se mostrou decepcionado com os resultados, mas manteve recomendação de compra para SUZB3. O banco disse que o EBITDA veio 15% abaixo das suas previsões.

Além do volume de exportações, o banco se mostrou preocupado com um custo de caixa acima do esperado. Disse também que os gastos com manutenção foram uma notícia negativa no trimestre.

BTG vê melhora no horizonte, mas ambiente ainda desafiador  

Olhando para o futuro, o BTG afirma que espera melhora dos resultados “à medida que os volumes se normalizem (agora, se beneficiando totalmente do Cerrado)”.

Além disso, aguarda que os custos diminuam gradualmente “devido a um cronograma de manutenção mais leve e níveis de produção mais altos”.

Por outro lado, o banco se mantém alertar com os níveis da matéria-prima vendida pela Suzano em patamares “desafiadores”.

Por isso, reconhece que a recomendação de compra para as ações da Suzano é “problemática”. Nesse sentido, o banco cobra da companhia mais esclarecimentos sobre alocação de capital e política de fusões e aquisições.

Efeito Trump

O comando da Suzano disse nesta sexta-feira que o ambiente de maior instabilidade gerado pelas tarifas do presidente americano, Donald Trump, inviabilizou o aumento de preços de celulose para o mês de abril. A Suzano (SUZB3) vinha implementando aumentos consecutivos para a celulose desde o final do ano passado.

Os executivos afirmam que a estratégia da companhia segue a mesma. Contudo, deve haver maior ponderação na alocação de capital.

Com informações do Valor Econômico

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