Produção da Prio (PRIO3) cai pelo terceiro mês seguido e ações tombam quase 10%
Produção da Prio (PRIO3) cai pelo terceiro mês seguido em meio à falta de autorização do IBAMA e dificuldade técnica; o que fazer com a ação?

Em cima das tarifas de importação americanas que prejudicam petroleiras brasileiras e da queda global do barril da commodity, a produção mensal de petróleo da Prio (PRIO3) caiu pelo terceiro mês seguido neste ano. Segundo sua prévia operacional de março, a júnior oil produziu por dia cerca de 104 mil barris de óleo, abaixo dos 108 mil e 114 mil levantados em fevereiro e janeiro, respectivamente.
O mercado financeiro vê o número como mais um sinal negativo da petroleira, e as ações da Prio, no momento, despencam cerca de 8% no Ibovespa, maior do que a queda da Petrobras (PETR4), principal nome do setor de óleo e gás. O Banco Safra afirma que há sinais preocupantes para a recuperação da produção da empresa em abril.
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Tempestade perfeita leva Prio (PRIO3) a tombar no Ibovespa
As ações da Prio (PRIO3) sofrem com as tarifas americanas, queda global do petróleo e, além disso, com a redução gradual de produção que vem sofrendo desde o primeiro mês de 2025.
Desde janeiro, os campos da Prio vem operando de forma mista para impulsionar os números da empresa. A operação em Peregrino levantou cerca de 38 mil barris de petróleo por dia, aumento de pouco mais de 1%, enquanto outros polos enfrentam estagnação. Albacora Leste teve decréscimo de 16% na produção mês a mês.
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De acordo com a Prio, a queda de produção em Albacora Leste foi causada por uma “troca de um compressor” no campo, finalizada no final de março.
No balanço geral, a produção mensal da Prio (PRIO3) recuou 3% no mês a mês, diz o Banco Safra. E o futuro da companhia não parece positivo.
Mesmo com sinais mais positivos para abril, com conclusão de troca de compressor em Albacora Leste e reforma do poço de Polvo concluída, há o risco de uma manutenção no campo de Frade”, explica o banco.
Os dados operacionais, assim, são negativos segundo o banco.
Para Fabio Lemos, analista da Fatorial Investimentos, os números da Prio “vieram bons”, mas, se analistas descontarem Peregrino, “houve regressão da companhia”.
“Temos que considerar o cenário em que o atraso das licenças do IBAMA no polo de Wahoo está causando à companhia”, diz Lemos. Para ele, a Prio (PRIO3) pode sentir ainda mais os efeitos dessa prorrogação à frente, o que levaria a nova queda na produção de petróleo.
Tarifas e queda do petróleo machucam caixa da Prio
Para Lemos, o cenário de tarifas de importação de 10% sobre produtos brasileiros, além da queda de mais de 10% no barril de petróleo, segundo a ICE (Internacional Commodities Exchange) pode afetar negativamente o caixa da Prio.
Isso porque o mercado já precificava atraso nas licenças do IBAMA, mas os recentes acontecimentos levantam ainda mais dúvidas sobre o setor de óleo e gás do Brasil. É, afinal, um dos grandes perdedores com as tarifas, segundo a XP.
O Goldman Sachs declara que “tem adotado um olhar mais seletivo” para ações de petroleiras brasileiras. Isso “em meio a um cenário incerto” para os preços da commodity.
O banco americano, assim, baixou a recomendação de Prio (PRIO3) de compra para neutra e recomendou a venda das ações da Brava Energia (BRAV3).
“Mantemos a preferência por ações que podem trazer um carrego atrativo como a Petrobras. Ou que tem perspectiva de forte crescimento no curto prazo, como a Vista Energia”, disse o Goldman em relatório. Neste sentido, o banco tem recomendação de compra para ambas as empresas.