Petrobras (PETR4): dividendo extraordinário tem sido fator decisivo na preferência dos investidores, diz Itaú BBA
Companhia discute criação de reserva de remuneração de capital que permitiria reter parte do seu lucro

A proposta da Petrobras (PETR4) de criar uma reserva de remuneração de capital permite a empresa reter parte do seu lucro, o que poderá eventualmente afetar o pagamento de dividendos extraordinários. A avaliação é do Itaú BBA em relatório divulgado nesta terça-feira (24)
Conforme o banco, a expectativa de um pagamento de provento adicional significativo tem sido um fator decisivo na preferência dos investidores pelos papéis da companhia.
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“Qualquer anúncio que sinalize que potenciais dividendos extraordinários possam ficar aquém das expectativas do mercado poderia frustrar os investidores e prejudicar as ações, em linha com o que aconteceu na sessão anterior”, comenta o time de óleo e gás da instituição, destacando o tombo de 6% dos papéis na segunda-feira (23) na B3.
Contudo, embora as ações tenham sido afetadas fortemente na bolsa brasileira, o Itaú BBA ressalta que a proposta ainda não é um movimento decisivo. Para os especialistas do banco, a resolução sobre dividendos extraordinários será determinada principalmente pelas ambições de investimento da empresa.
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“No geral, não vemos esse anúncio como decisivo para a materialização, ou não, de dividendos extraordinários. Na nossa visão, a decisão sobre o quanto será pago em dividendos extraordinários depende de dois principais fatores: quanto a empresa pretende investir nos próximos anos e o quão relevante os dividendos da Petrobras servem para apoiar a meta do governo de expandir as receitas fiscais”, aponta o relatório.
Ainda no texto, o banco indica que espera obter uma visão mais clara das ambições de investimento da Petrobras para o período 2024-28 no Plano Estratégico, que será conhecido no final de novembro.
“Neste momento, o anúncio parece ter como objetivo proporcionar à empresa maior flexibilidade para descobrir a melhor estratégia de alocação de capital para o curto prazo, sem ser limitado pelos atuais limites das reservas de lucros da empresa e considerando o estado ainda preliminar dos planos de investimento em renováveis”, registra o texto.
“No final das contas, avaliamos que a criação desta reserva poderia dar à Petrobras mais tempo para amadurecer sua estratégia de alocação de capital”, acrescenta a nota.
Por fim, o Itaú BBA diz ainda não saber o tamanho potencial da reserva e as métricas que serão levadas em consideração na constituição da reserva de remuneração de capital.
“Mas isso deverá ficar evidente nas atas da próxima reunião geral extraordinária. Note, no entanto, que a empresa destacou que a efetiva constituição da reserva só pode ocorrer após o pagamento dos dividendos ordinários, de acordo com a Política de Remuneração aos Acionistas”, completa o relatório do time de óleo gás.