Se a Selic cair, quais investimentos podem se tornar mais vantajosos?

Uma das apostas dos analistas pensando em onde investir quando a Selic cair é a bolsa de valores

O Ibovespa está em patamares recordes. O Ifix avança bastante no ano. Empresas de setores mais impactados pelos juros encontram alívio e voltam a chamar a atenção do investidor na bolsa de valores. O cenário apresenta uma mudança de ventos no mercado, com a perspectiva de paralização e queda dos juros no centro dessa virada. Dito isso, saiba onde investir quando a Selic cair, de fato.

Uma das principais apostas dos analistas é a bolsa de valores, que parece ter bom espaço para crescer. Um estudo da Suno indica que o Ibovespa tende a se valorizar por pelo menos 120 dias logo depois do anúncio do fim do ciclo de alta de juros, ou seja, início da estabilidade da Selic.

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Assim, se o anúncio do fim do ciclo de aperto monetário vier no início do ano que vem, como esperado pela Suno, o Ibovespa poderia viver um período de valorização até mais ou menos maio de 2026.

“Retornos passados não são garantias de retornos futuros, mas se o cenário for estável, a tendência é positiva”, pondera Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

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“Só o fato de pararmos a alta de juros é um incentivo para o apetite maior por risco”, acrescenta o economista.  

Essa pausa deve acontecer ao longo de todo o segundo semestre de 2025, conforme interpretação do mercado sobre o texto da ata do Copom, divulgado na terça-feira (13) pelo Banco Central.

Onde investir quando a Selic cair?

Além das ações, Sung, assim como outros analistas, menciona os fundos de investimento como opção sobre onde investir quando a Selic cair.

Com o fim do ciclo de juros projetado entre o fim de 2025 e o começo de 2026, “gestores tendem a ter mais espaço para estratégias táticas em juros, moedas e bolsa”, afirma Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos. O especialista menciona a melhora do cenário para fundos multimercados.

Patzlaff menciona também os fundos internacionais, que tendem a se beneficiar da estabilidade dos juros nos Estados Unidos, caso as incertezas com relação à guerra tarifária arrefeçam de vez. Nesse sentido, “ETFs e fundos globais são uma forma eficiente de exposição global”.

Josias Bento, especialista em investimentos CEA e sócio da GT Capital, chama a atenção para a possibilidade de uma arrancada do segmento de fundos de investimento imobiliário, que tem desempenho inversamente proporcional à taxa Selic.

Hora de entrar no risco é agora, diz analista

Para entrar no melhor momento, ele aconselha já responder aos sinais dados pelas autoridades e pelos agentes de mercado. O avanço de 500 pontos do Ifix – de 2,9 mil desde fevereiro para 3,4 mil agora – é um sinal importante de que já há um reposicionamento por parte de grandes agentes.

“Como o mercado antecipa os movimentos, a hora de entrar em ativos de maior risco pode ser agora, pois quando a sinalização de queda de juros acontecer os preços dos ativos de risco já estarão um pouco mais alto”, alerta Bento.

Mas ele faz uma ponderação. “Mesmo com a sinalização de queda da Selic, os títulos de renda variável continuaram voláteis e podem perder para o CDI no curto prazo.”

Oportunidade em empresa: crédito e ações

Patzlaff diz existir a chance de o crédito privado oferecer boas oportunidades, dado que os juros ainda se manterão altos o suficiente para garantir boa rentabilidade ao investidor e, ao mesmo tempo, mais barato para que mais empresas acessem e tenham mais capacidade de pagar seus contratos.

Contudo, há incertezas adicionais nessa classe, alerta Alvaro Bandeira, coordenador da comissão e Economia da APIMEC Brasil. “Muito cuidado com o crédito privado, porque algumas empresas estão bastante endividadas”.

Essa incerteza também pode se espraiar para a bolsa de valores, com muitas empresas ainda endividadas por conta do momento anterior, de juros altos. Ainda assim, a mudança no ciclo tende a favorecer algumas companhias, que precisam ser bem selecionadas.

Ele aconselha ao investidor escolher ações de “empresas mais maduras, menos endividas, boas pagadoras de dividendos e, principalmente, aquelas que possam dentro do ambiente de incerteza ganharem um pouco mais de mercado”. A aposta do economista é no setor de proteína no Brasil e de inteligência artificial em outros mercados, especialmente o americano.

Já para Bento, o segmento de small caps pode ser o maior beneficiado dentro da bolsa por conta da exposição que as empresas do índice têm com relação à taxa de juros.

Renda fixa

A mudança do ciclo não significa que a renda fixa perderá importância, mas, como já mencionado pela Inteligência Financeira anteriormente, há uma janela de oportunidade importante para os ativos prefixados até que aconteça de fato a redução dos juros.

“A Selic segue no maior nível desde 2006 e está extremamente alta, e não podemos perder isso de vista. Nesse cenário, os títulos prefixados também ficam mais interessantes”, diz Luciana Ikedo, planejadora financeira.

Onde investir quando a Selic cair: veja sugestão de carteira

Para Bento, da GT, a carteira do investidor moderado deve ter

  • 70% em renda fixa Brasil (mesclando pré, pós e IPCA+)
  • 5% renda fixa internacional
  • 5% renda variável internacional
  • 5% de ações de empresas da bolsa brasileira
  • 5%  de fundos imobiliários
  • 7% fundos multimercados
  • 3% de criptoativos

“Essa é uma carteira super diversificada que navega por quase todos os mercados e leva uma estabilidade de longo prazo para o investidor”, diz Bento.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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