Onde o Nubank (ROXO34) quer crescer agora? Confira o que projetam os executivos

Nubank (ROXO34) fechou o 1º trimestre de 2025 com lucro de US$ 606,5 milhões

Empresas citadas na reportagem:

O CEO e fundador do Nubank (ROXO34), David Vélez, disse que o banco alcançou um elevado número de clientes ao bater 118,6 milhões de usuários no primeiro trimestre, mas que ainda há muito espaço para crescer a penetração de mercado.

Vélez lembrou que o market share de lucro bruto do Nubank em todas as verticais de crédito nas quais a instituição atua é de apenas 5%.

As duas maiores verticais de lucratividade atualmente são cartões de crédito, com 15% de participação de mercado, e empréstimos pessoais, com 6%. Depósitos do varejo e taxas de serviços vão atrás com 3% e 2% respectivamente.

“Ainda temos muita oportunidade em expandir o acesso a crédito”, disse o fundador do Nubank.

Guilherme Lago, CFO do Nubank, afirmou que hoje o banco está vendo seu maior momento histórico em originação de empréstimos, chegando a R$ 20,2 bilhões no primeiro trimestre deste ano, em um aumento de 10% na comparação trimestral.

A expansão, segundo ele, foi puxada pelo crédito não colateralizado. Lago disse que o empréstimo consignado privado vai abrir uma oportunidade que estava reservada aos grandes incumbentes. “Vamos usar nossas vantagens de custo para trazer o melhor produto ao mercado”, afirmou.

Lago comentou também que no Nubank o consignado público cresceu muito, mas ainda não está nem perto de onde os executivos gostariam que estivesse. “Estamos aumentando a portabilidade para os clientes, mas é um produto que cresceu off-line. Os primeiros sinais são muito bons.”

Nubank: foco em aumentar lucratividade

Guilherme Lago, CFO do Nubank, afirmou que apesar do banco projetar que a Margem Financeira Líquida (NIM) possa se manter onde está no Brasil devido ao aumento da participação de empréstimos colateralizados (mais seguros e de margens menores), ainda há espaço para crescer com a alavancagem operacional.

“Não acho que há muito espaço para crescer o custo de funding no Brasil. Ainda temos muitos depósitos em nossa franquia no Brasil. Isso nos permite aumentar em quantidade decente o nosso livro de empréstimos colateralizados”, disse na teleconferência de resultados da instituição.

Lago revelou que o Nubank ainda não precificou totalmente em seu portfólio de crédito o aumento da taxa Selic.

Somando todos os fatores, ele acredita que é possível continuar com esse balanço de maior exposição a clientes mais seguros. O executivo ressaltou que os depósitos no Nubank chegaram a US$ 31,6 bilhões, com crescimento puxado por México e Colômbia e que o modelo de negócios da empresa é diferente, por impulsionar principalidade. “Nossos clientes usam o nosso aplicativo todos os dias”, comentou.

Lago falou ainda sobre o programa de renegociação de dívidas “Recomeço”, que, segundo ele, terá um médio impacto positivo nos próximos resultados trimestrais. “Queremos dar um incentivo para os clientes voltarem a acessar crédito. Foi desenhado e testado para não deixar os clientes em ciclos de dívida, mas incentivar a pagar dívidas antigas, em especial com depósitos seguros”, explicou.

Expansão internacional do Nubank

O CEO e fundador do Nubank, David Vélez, afirmou que a instituição recebeu há algumas semanas uma licença para operar no México e não descartou uma expansão internacional para além do país da América do Norte, a Colômbia e o Brasil (atuais três mercados em que atua).

“Brasil, México e Colômbia continuam o foco da empresa, mas sempre pensamos que a nossa tese é global, não específica. Estamos pensando no potencial para internacionalização em cinco a dez anos”, disse.

Guilherme Lago, CFO do Nubank, complementou as declarações de Vélez, lembrando do avanço nesses mercados em depósitos, receita e número de clientes, embora tenha admitido que México e Colômbia ainda demandam investimentos mais elevados para que cheguem ao patamar atingido pelo Brasil.

“Estamos felizes com a velocidade e escala de nosso crescimento nesses mercados. Esperamos que o custo de funding diminua conforme a base se expanda”, afirmou.

Lucro do Nubank no 1º trimestre

O Nubank teve um lucro líquido ajustado de US$ 606,5 milhões no primeiro trimestre de 2025, acima dos US$ 555 milhões esperados por analistas ouvidos pelo Valor. O número representa um crescimento de 61,8% na comparação com o mesmo período do ano passado e uma retração de 0,4% em relação ao quarto trimestre de 2024.

A receita chegou a US$ 3,2 bilhões, em um aumento de 40% na base anual. O número veio em linha com o consenso das projeções de analistas.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) ajustado do Nubank foi de 30%, voltando ao nível do terceiro trimestre de 2024, após alcançar os 32% no quarto trimestre do ano passado. Os analistas esperavam que o ROE terminasse o período em 31%.

Já em relação ao número de clientes, o Nubank terminou o primeiro trimestre com 118,6 milhões, acrescentando 4,3 milhões de usuários nos primeiros três meses deste ano. Do total de clientes, 104,6 milhões estão no Brasil, 11 milhões no México e 3 milhões na Colômbia.

“Este crescimento é impulsionado por um maior engajamento com os clientes: 98,7 milhões de usuários ativos mensais e uma taxa de atividade superior a 83%”, afirmou em nota David Vélez, fundador e CEO do Nubank. Ele também afirmou que cerca de 30% dos adultos no Brasil consideram o Nubank como seu banco principal.

Na carteira de crédito, o Nubank cresceu de US$ 20,7 bilhões no quarto trimestre de 2024 para US$ 24,1 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Guilherme Lago, CFO do Nubank, disse ao Valor que o empréstimo pessoal está crescendo mais do que o cartão de crédito, primeiro produto que a fintech ofereceu. “Temos 15% de participação de mercado em cartões e 6% em empréstimo pessoal. Ainda temos muito espaço para crescer em empréstimos no Brasil”, afirmou o executivo.

A inadimplência de 15 a 90 dias foi a 4,7%, contra 4,1% registrados no trimestre anterior e 5% no primeiro trimestre do ano passado. Lago atribuiu o aumento a fatores sazonais de crescimento da inadimplência dos brasileiros no começo do ano. A inadimplência acima de 90 dias caiu 50 pontos-base na comparação trimestral, para 6,5%. Nos trimestres anteriores, ela foi de 7,2%, 7% e 6,3%, respectivamente, até o primeiro trimestre do ano passado.

O executivo comentou ainda que o Nubank leva em consideração a curva de juros futura do Brasil para determinar o custo de “funding” da instituição. “Isso significa que os juros devem começar a cair no final de 2025 e início de 2026”, disse.

Por fim, o custo médio mensal por cliente ativo caiu de US$ 0,80 para US$ 0,70 e a receita média mensal por cliente subiu de US$ 10,70 para US$ 11,20 na base trimestral.

Com informações do Valor Econômico

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