CEO da Log (LOGG3) já faz planos para acelerar de olho no ciclo de cortes da taxa Selic

Segundo Sérgio Fischer, juro menor permitirá que os investidores enxerguem melhor o potencial da companhia
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  • A Log (LOGG3) planeja investir R$ 4 bilhões até 2028 em novos galpões.
  • A empresa busca reduzir a alavancagem e remunerar acionistas sem dívidas adicionais.
  • A venda de ativos em 2024 atingiu R$ 1,5 bilhão, superando a meta.
  • O CEO prevê aceleração dos negócios com a queda da taxa Selic.
  • Resultados operacionais positivos e baixa vacância de galpões são destaques.
  • Apesar dos bons números, as ações da LOGG3 ainda não refletem o otimismo.
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Uma das maiores operadoras de galpões logísticos do País, a Log Commercial Properties (LOOG3) vive um impasse. A empresa agrada analistas com seus números operacionais, mas as ações não respondem. Mas esse descasamento pode estar perto do fim, diz o presidente-executivo da companhia, Sérgio Fischer.

“O juro alto acaba prejudicando em várias frentes. Mas acho que chegamos ao fim do ciclo; agora vamos torcer para cair rápido”, disse Fischer à Inteligência Financeira, durante o Latam CEO Conference, em Nova York.

Cenário econômico hostil

As declarações do executivo ilustram o desafio de empresas brasileiras que dependem de uso intensivo de capital para seguir atrativas para o investidor num cenário econômico mais hostil.

No período 2025-28, a Log planeja desembolsar R$ 4 bilhões para lançar mais dois milhões de metros quadrados de galpões de logística classe A, de alta qualidade, segmento que lidera no País. É uma tarefa de respeito, considerando que pretende fazer isso sem aumentar dívida, sem novo aporte de capital e remunerando os acionistas.

Para dar conta disso, a Log vem acelerando a venda de ativos, ou reciclagem de galpões, como a empresa prefere falar. Em 2024, essas vendas somaram R$ 1,5 bilhão, acima da meta inicial de R$ 900 milhões.

Isso permitiu reduzir sua alavancagem financeira (1,27 para 1,2 vez a dívida líquida/ Ebitda nos 12 meses até março), mas também remunerar acionistas em R$ 530 milhões sobre 2024, entre dividendos e recompras de ações.

Isso, somado a números operacionais positivos (baixíssimo nível de vacância dos galpões) e agilidade operacional, reiterados no primeiro trimestre de 2025, fizeram a gestão da Log receber elogios de analistas, como do BTG Pactual e do Itaú BBA.

Resultado operacional da Log (LOGG3) avança, ações não acompanham

Porém, isso ainda não se reflete necessariamente em otimismo no mercado. De oito analistas que avaliam LOGG3, metade segue com recomendação de manter o papel, enquanto dois sugerem compra e, outros dois, venda. Além disso, nos últimos três anos, a cotação do ativo não consegue se descolar dos R$ 20.

Para Fischer, isso reflete em parte os diferentes efeitos do juro alto. De um lado, isso fez a despesa financeira da Log no primeiro trimestre subir 45% ante mesma etapa de 2024. De outro, limita a capacidade de certos investidores a capital para comprar galpões da empresa.

“Mas quando não entra dinheiro novo, a gente consegue fechar a torneirinha do investimento”, disse ele, referindo-se à flexibilidade da gestão para proteger o caixa.

Com a proximidade do fim de alta da Selic, hoje em 14,75% ao ano, no pico em 19 anos, Fischer já começa a olhar para a reversão do ciclo, o que alguns economistas acreditam que pode começar a acontecer já no fim de 2025.

“Se o juro cair mais lá na frente, podemos elevar a alavancagem”, afirmou Fischer e, eventualmente, pagar maior remuneração a acionistas. Enquanto isso não acontece, a Log planeja distribuir metade do lucro de 2025 aos acionistas via dividendos.

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