Ações da JBS (JBSS3) caem mesmo com salto no lucro no 1º tri; BTG e Itaú BBA explicam os motivos

Lucro da JBS (JBSS3) saltou 77% no 1º trimestre de 2025, mas papéis da companhia têm queda firme no Ibovespa

As ações da JBS (JBSS3) caíram no Ibovespa no pregão desta quarta-feira, mesmo após o frigorífico ter divulgado o segundo melhor 1º trimestre de sua história. No entanto, sinais de desaceleração de receita e ciclo do gado desafiador à frente no Brasil pesaram o ânimo do mercado financeiro e puxam o movimento negativo dos papéis.

A JBS registrou lucro líquido de R$ 2,9 bilhões no primeiro trimestre, alta de 77% quando comparado com o mesmo período de 2024. Houve, contudo, piora na margem da operação de carne bovina nos Estados Unidos e também no Brasil. A Seara continuou como destaque positivo da empresa. Segundo o BTG Pactual, o freio nos resultados da companhia são evidentes.

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Para BTG Pactual, bovinos desafiam crescimento da JBS (JBSS3)

O BTG Pactual pondera que a ação da JBS (JBSS3) caem no Ibovespa hoje porque o mercado esperava o mesmo crescimento de 2024 a mostrar as caras neste começo de 2025. Mas não foi o caso.

As margens da JBS nos EUA ficaram mais pressionadas na operação de bovinos. A JBS Beef EUA registrou prejuízo operacional de quase R$ 600 milhões, com aumento de margem EBITDA negativa (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de -0,2% para -1,6%.

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No Brasil, a margem operacional caiu na comparação anual de 4,5% para 4,1%.

“Continuamos com recomendação de compra para a ações da JBS (JBSS3), a única no setor de proteínas”, disse o BTG em relatório. “Mas não esperamos repetição do ciclo de alta de 2024.”

As ações da JBS tiveram um dos melhores desempenhos do Ibovespa em 2024.

O Itaú BBA afirma que o mercado esperava mais do balanço e se frustrou com a entrega da JBS.

“Acreditamos que as expectativas de analistas buy side estavam marginalmente acima das nossas”, disseram analistas do banco.

A estrela do balaço – mais uma vez – foi a Seara. A marca de suínos e proteína de frango registrou lucro de R$ 2,5 bilhões na operação, o dobro de 12 meses atrás, e manteve suas margens estáveis.

“Foi o suficiente para compensar pela queda de margens da JBS Beef, que veio abaixo das previsões mais conservadoras do mercado financeiro”, ponderou o BBA.

Por fim, a geração de caixa negativa em R$ 5,7 bilhões pode chamar a atenção dos investidores de forma negativa. O Santander sinaliza que investimentos da JBS (JBSS3) neste ano podem se limitar a acertos operacionais menores e sem surpresas transformacionais no negócio.

Dupla listagem pode fazer JBS decolar no Ibovespa

O foco do investidor de JBS (JBSS3) se volta agora para a listagem da companhia nos Estados Unidos, na bolsa de Nova York.

A XP Investimentos afirma que a volatilidade das ações do frigorífico deve aumentar até a assembleia de acionistas minoritários em 23 de maio, quando a dupla listagem será pautada.

O papel da companhia deve sofrer uma reavaliação de múltiplos e valuation assim que estiver próximo de entrar na bolsa de Nova York. O BTG Pactual calcula que, a cada vez que o EV/EBITDA da companhia sobe 1 ponto percentual, a ação ganha potencial de alta de 40% na B3.

As ações da JBS (JBSS3) negociam hoje a 5,4 vezes EV/EBITDA. A Tyson Foods, frigorífico americano e par internacional da brasileira, negocia a 7,6 vezes.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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