IRB (IRBR3): mercado mantém expectativa de dividendos mesmo com resultados pressionados
Empresas citadas na reportagem:
O lucro líquido de R$ 119 milhões do IRB Brasil (IRBR3) no 1º trimestre de 2025 veio abaixo das expectativas de analistas do mercado financeiro, pressionado por baixa receita de escrituração de prêmios em resseguro. O mercado manteve, no entanto, a previsão de que a companhia deve voltar a pagar dividendos. O Citi acredita que a diretoria da resseguradora deve seguir com corte em despesas e mirando contratos mais rentáveis.
Por outro lado, o mercado continua a pinçar a baixa receita com o principal produto da IRB. O faturamento com escrituração de resseguros caiu 15% no primeiro trimestre. Em relação aos 12 meses anteriores, caiu de R$ 122 milhões para R$ 103 mi. A baixa com valores de contratos em seguro de vida foi o principal culpado, aponta o Banco Safra.
Dividendos do IRB (IRBR3) à vista?
O IRB pode ter decepcionado investidores com seu resultado de primeiro trimestre, mas o Citi prefere dar uma chance à resseguradora.
Os analistas do banco de investimento acreditam que a diretoria do IRB deve melhorar a lucratividade da empresa nos próximos trimestres. A resseguradora mira hoje na diluição de despesas administrativas de um lado, e captação de contratos com prêmios mais rentáveis do outro.
“Achamos que haverá melhora sequencial nos resultados do IRB (IRBR3), mesmo que demore mais tempo”, disseram os analistas Arnon Shirazi, Gustavo Schroden e Brian Flores.
“Reiteramos nossa expectativa de pagamento de dividendos do IRB para 2026”.
A pista que leva o Citi a antecipar mar mais calmo para a resseguradora está no índice de retrocessão. O número indica o quanto a IRB compartilha de cada prêmio de um seguro contratado com outras seguradoras.
O índice de retrocessão permaneceu estável no ano a ano, mas caiu de 41% para 22% entre o quarto trimestre de 2024 e os primeiros três meses de 2025.
“A queda de retrocessão de seguros indicam originação de boa qualidade (do IRB). Podem beneficiar os resultados do segundo trimestre”, aponta o Citi.
Bancos projetam resultados pressionados para IRB (IRBR3)
Mesmo com esforço da diretoria em contratos de resseguro mais rentáveis, os próximos resultados da empresa continuarão pressionados. Pelo menos até que o faturamento com escrituração deixe de cair, como foi neste trimestre, diz o Safra.
A alta na margem da sinistralidade, diferença entre o valor pago pela IRB por ocorrência contra o prêmio recebido pelas seguradoras, aumentou para 66,5% dos contratos. O dado veio pior do que as estimativas do banco.
O IRB (IRBR3) afirma que a sinistralidade no 1º tri foi impactada por uma grande ocorrência de seguro habitacional no mercado doméstico.
“Vimos resultados do IRB mais fracos mesmo com números abaixo do consenso”, dizem os analistas do Goldman Sachs.
“Há uma dinâmica mais fraca nas fontes de receita da empresa, o que levou à queda dos números apurados antes de impostos”, disse o banco em relatório.
Leia a seguir