Fusão entre Cogna e Yduqs é ‘positiva’ segundo analistas, mas pode esbarrar no CADE

Cogna (COGN3) e Yduqs (Yduqs) voltam a conversar sobre fusão, segundo colunista; mercado vê acordo como positivo, mas admite risco antitruste

Foto: Inteligência Financeira/Divulgação
Foto: Inteligência Financeira/Divulgação

Apesar de as conversas sobre uma fusão de Cogna e Yduqs terem voltado aos planos das empresas, analistas veem dificuldade para o acordo ser aprovado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Os dois grupos, entre os maiores de educação superior do país, têm concentração de mercado alta em cursos online e hubs de ensino digital pelo país. As ações de Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3) sobem no Ibovespa como consequência.

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Mesmo assim, analistas afirmam que a retomada de negociações é positiva. Ao longo dos anos, a Cogna ampliou seu modelo de negócios para ir além da oferta do ensino online. Hoje, a Cogna tem valor de mercado mais próximo ao da Yduqs.

O Bradesco BBI afirma que a chance de um acordo é mais provável neste ano do que em setembro passado, quando as companhias cogitaram uma fusão pela última vez.

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Fusão de Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3): ‘reação é positiva’

Nesta segunda-feira (5), de acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, conselheiros de Cogna e Yduqs voltaram a discutir uma possível fusão entre os grupos.

A junção de negócios está no radar das duas empresas desde 2011. Em 2017, quando tentaram unir forças, o acordo foi barrado pelo CADE. Desde então, diretores de Cogna e Yduqs voltaram a se falar sobre a operação em setembro, mas descontinuaram conversas.

Hoje uma tentativa de fusão de negócios é vista como bem-vinda pelo mercado financeiro. As ações de Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3) se destacam em alta, na contramão da queda do Ibovespa.

Analistas veem o negócio como bem-vindo, apesar de temerem uma intromissão do Cade no acordo. A operação, afinal, levantaria questões sobre concentração de mercado das duas maiores redes privadas de ensino online do país, argumenta Fernando Siqueira, head de renda variável da Eleven Financial.

Ele afirma que as ações da Cogna e da Yduqs disparam ainda porque o rumor de fusão tende a pressionar investidores vendidos no papel.

São operações conhecidas como short selling, onde há uma pressão para queda das ações – tanto Cogna quanto Yduqs ainda possuem um percentual relevante de papéis alugados.

“A reação inicial é positiva”, diz Siqueira.

Para Gustavo Gomes, diretor de renda variável da Acqua Vero, a junção traria benefícios diretos em corte de despesas administrativas de Cogna e Yduqs.

“O mercado vê com bons olhos porque o movimento pode trazer maior disciplina de preços para Cogna e Yduqs no ensino à distância”, afirma Gomes.

Para o Bradesco BBI, a chance de uma fusão é maior neste ano do que em 2024. Isso porque Cogna e Yduqs hoje têm valor de mercado mais parecidos em relação ao que geram de caixa.

Para ações da Cogna (COGN3), analistas do BBI calculam que a fusão poderia gerar valor líquido de R$ 0,23 por papel. Já o prêmio gerado por papel da Yduqs (YDUQ3) seria de R$ 1,90.

CADE pode barrar fusão de Cogna e Yduqs?

Analistas pioram o tom quando avaliam a possibilidade de o órgão antitruste barrar a fusão. Para o mercado, trata-se de um acordo que geraria concentração no setor de ensino online.

“As duas empresas poderiam ter problemas com o CADE. São muito grandes”, diz Siqueira. Além da concentração em educação, ele destaca que a fusão pode não ter geração de sinergias tão claras.

“A Cogna já está sem segmentos diferentes e é uma empresa mais difícil de administrar”, comenta. Ou seja, a junção poderia trazer mais desafios para a Yduqs. Seria uma operação de difícil aprovação, na visão do especialista.

Desde 2017, quando a fusão foi rejeitada, a Cogna focou em diversificar segmentos.

“Diferentemente de oito anos atrás, Cogna tem hoje um mix mais diversificado de negócios. Em lucro operacional, 35% vem a partir de Vasta e Saber, de ensino básico. Isso traria sinergias limitadas à Yduqs”, diz Gustavo Gomes.

Em setembro, quando avaliou a possibilidade de fusão entre os dois grupos, a XP Investimentos concluiu que o CADE teria problemas com a fusão principalmente pela concentração de hubs digitais.

Cogna e Yduqs possuem unidades do tipo em 400 cidades ao mesmo tempo. Isso corresponde a 98% do mercado de educação digital.

“As duas juntas formariam um monopólio”, conclui Gomes.

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