Mensalidade dos novos cursos de medicina está em R$ 8,5 mil, indica Cogna (COGN3)

Empresa saiu do prejuízo e teve lucro de R$ 95,1 milhões no 1º trimestre de 2025

Empresas citadas na reportagem:

Os novos cursos de medicina abertos em Ponta Porã (MT) e São Luiz da Kroton, braço de ensino superior da Cogna (COGN3), foram lançados com mensalidade de R$ 8,5 mil, valor inferior a graduações mais antigas que tem um tíquete médio de R$ 11,5 mil.

Segundo Roberto Valério, presidente da Cogna, a expectativa é que, com o passar do tempo, com a maior divulgação e mais alunos estudando, o preço da mensalidade tenha reajustes para ficar mais próximo dos patamares dos demais cursos.

A companhia também acredita em redução de custos de aluguel entre 2027 e 2029, quando vencem contratos na casa dos R$ 250 milhões. Hoje, a Cogna paga R$ 430 milhões em locação de campi, mas tem uma taxa de ocupação de 60% com meta de atingir 85% a 90% seja com devolução de imóveis e matrícula de mais alunos.

Em relação ao menor volume de alunos beneficiados pelo ProUni neste começo de ano, Valério explicou que a companhia já atingiu o número necessário para ter o abatimento do Imposto de Renda. O programa concede esse abatimento para faculdades que dão bolsas total ou parcial a estudantes.

Resultado da Cogna no 1º trimestre

A Cogna registrou lucro líquido de R$ 95,1 milhões no primeiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 8,5 milhões apurado no mesmo período de 2024.

Esse é o segundo trimestre consecutivo de resultado positivo na última linha do balanço. No quatro trimestre e acumulado de 2024, a empresa apurou lucro líquido, após quatro anos de prejuízo — o que gerou questionamentos do mercado se o desempenho seria mantido nos períodos posteriores.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) teve alta de 12,2% para R$ 556 milhões. A margem do respectivo indicador subiu 2,2 pontos, para 34,2%.

A receita subiu 5,8%, para R$ 1,6 bilhão, entre janeiro e março deste ano. O desempenho foi puxado pela Kroton, negócio de ensino superior da companhia que cresceu 18,8%, atingindo receita de R$ 1,1 bilhão.

“Após melhorar as linhas de alavancagem, seguida de Ebitda, geração de caixa operacional e lucro líquido, agora tivemos desempenho positivo na geração de caixa livre, que saiu de R$ 9,4 milhões para R$ 150 milhões. É uma melhora consistente”, disse Roberto Valério, presidente da Cogna.

A alavancagem da companhia caiu de 1,8 vez para 1,28 vez o Ebitda no primeiro trimestre.

O que esperar de Cogna agora?

Rogério Valério destacou que a companhia está mirando três frentes: redução de dívida líquida, aquisições pequenas de faculdades de medicina e startups, e pagamento de dividendos. A empresa distribuiu R$ 120 milhões aos acionistas, o que não ocorria desde 2020.

Para o Goldman Sachs, os resultados de primeiro trimestre da Cogna foram positivos, mas dentro do esperado, com bom desempenho de matrículas nos negócios de ensino superior impulsionando a rentabilidade.

O analista Gustavo Miele escreve que o Ebitda de R$ 556 milhões da companhia foi 1,8% maior do que suas estimativas, enquanto as receitas de R$ 1,59 bilhão ficaram 2,8 aquém do esperado.

O banco calcula que a Cogna gerou caixa de R$ 125 milhões no primeiro trimestre, contribuindo para a trajetória de desalavancagem financeira que a companhia vem realizando.

O Goldman Sachs tem recomendação de compra para Cogna, com preço-alvo em R$ 2,80, valor 7,6% menor do que o fechamento de quinta-feira.

Com informações do Valor Econômico

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