Caso Americanas (AMER3) pode, no limite, levar bancos a ter de baixar R$ 20 bi, diz Bradesco BBI
A questão diz respeito ao financiamento tomado pela varejista em bancos para pagar fornecedores

A regularização das “inconsistências” contábeis encontradas no balanço das Americanas, estimadas em R$ 20 bilhões, pode levar os bancos credores a ter de fazer uma baixa contábil nesse valor, no pior dos cenários. Essa é a avaliação de analistas do Bradesco BBI em relatório sobre o caso.
O documento ressalta que ainda não está claro qual foi exatamente o problema. A questão diz respeito ao financiamento tomado pela varejista em bancos para pagar fornecedores, operações conhecidas como “risco sacado” ou “fotfait”. Porém, não detalhou como isso se deu.
Pensando em como gastar menos para investir mais? Inscreva-se agora e tenha acesso gratuito à 'Planilha de Controle Financeiro'. É só baixar e começar!
De acordo com o Bradesco BBI, caso o pior cenário se materialize e os bancos tenham de baixar a prejuízo (“write off”) dos R$ 20 bilhões, as seis instiutições financeiras cobertas pelos analistas teriam um impacto de 4,5% em capital. Esses bancos têm uma exposição de 3,6% ao setor de varejo na carteira de crédito.
O relatório também diz que Santander e BTG Pactual são os bancos com mair exposição ao setor de varejo. O segmento representa cerca de 7% da carteira de crédito de cada um. Itaú e ABC Brasil têm cerca de 3% de seus portfólios ligados a empresas do varejo, enquanto Banco do Brasil têm em torno de 2%.
O Bradesco não foi analisado, já que o relatório foi produzido por analistas da própria instituição financeira. Mas, de acordo com o balanço do terceiro trimestre, a exposição do banco ao setor de varejo estava em 5,9% no fim de setembro.
Os analistas reiteram, no entanto, que ainda não se sabe qual a exposição dos bancos a Americanas e, mais especificamente às operações que não foram devidamente contabilizadas.
Como proporção patrimônio líquido, a maior exposição ao varejo é do Santander (42%), seguida por ABC Brasil (24%), BTG (23%), Itaú (22%), Banrisul (13%) e BB (12%).