Ações do BTG (BPAC11): analistas enxergam novas valorizações no longo prazo
BTG (BPAC11) terá dificuldade de encontrar gatilhos de alta agora, mas diversificação garante resiliência ao banco mesmo com queda dos juros
Resultados do BTG no primeiro trimestre foram vistos como positivos por boa parte do mercado, mas parece que isso não é suficiente para iniciar um novo ciclo de alta para BPAC11. As ações do banco caíam perto de 2,5% nesta segunda-feira (12) pouco antes do fechamento. E o motivo pode ser a percepção do mercado de que os ativos bateram no teto, ao menos, nos curto e médio prazos.
Itaú BBA, Citi e BB, por exemplo, mantiveram recomendação de compra para BPAC11. Para o BB e Itaú BBA, o preço-alvo para o final de 2025 está em R$ 40, muito próximo do atual patamar, de R$ 39. Isso pode indicar um certo esgotamento dos papéis para prazos mais curtos, mesmo na visão dos agentes mais otimistas.
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A percepção de alguns analistas é de que os ativos podem ter dificuldades de encontrar novos gatilhos de alta pensando nos próximos meses. Porém, o BTG segue sendo uma das boas opções no setor financeiro se o foco for estratégia de longo prazo.
“A ação do BTG caiu nos últimos dias, mas isso não muda o que realmente importa: os argumentos continuam sólidos”. A avaliação é de Marcos Duarte, analista-chefe da Descomplica Investimento. Ele vê o banco alcançando preços entre R$ 44 e R$ 45 nos próximos meses.
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Juros embalaram resultados do BTG
A apresentação dos resultados do BTG mostrou lucro líquido de R$ 3,4 bilhões e um ROE de 23% no primeiro trimestre de 2025, dados que foram bem avaliados para uma parte relevante dos agentes. Mesmo assim, algumas análises sobre o potencial do banco foram mais frias.
Safra e Goldman Sachs, por exemplo, tiveram reações mais discretas e relacionaram o desempenho acima do esperado a alguns fatores pontuais como receita com juros. Vale lembrar que a Selic deve entrar em trajetória descendente no máximo até o começo do ano que vem.
“As receitas de juros e outras receitas foram a principal surpresa em nossa projeção, com alta de 24% (+42% em relação ao ano anterior, +18% em relação à GSe), principalmente devido às taxas mais altas”, explica o Goldman.
Curto e médio prazos para BPAC11
O Safra vê a avaliação do mercado sobre o banco “mais pressionada”. E, por isso, alguma tendência de queda do preço dos papéis no curtíssimo prazo.
Além disso, BPAC11 está acima da média do setor, segundo cálculos de Vitor Agnello, analista da CM Capital, que também é mais cético quanto ao potencial dos papéis. Isso sugere uma “valorização esticada”.
“Diante desse cenário, no curto prazo, operações de venda podem ser interessantes”, afirma Agnello.
Quando comprar BPAC11?
Por outro lado, pensando no longo prazo, a entrada nos papéis pode ser mais vantajosa, mesmo na visão dos analistas menos entusiasmados com o BTG, como é o caso de Agnello.
Ele afirma que os papéis devem voltar a subir em um recorte de tempo maior, “mas pode ser mais prudente aguardar um recuo”.
Por isso, ele indica esperar algo como uma desvalorização de cerca de 11% ante os preços atuais para comprar as ações.
Queda de juro e incerteza econômica
Agora, voltando às percepções otimistas em relação ao BTG, a capacidade de o banco evitar perda de receitas mesmo com o cenário de queda dos juros, traçado para o ano que vem, é o que anima alguns agentes.
“Áreas de negócio, principalmente investment bank e sales & trading, que não estão tão bem agora, vão ter resultados melhores. Além disso, assetz e wealth, que já estão bem, ganham ainda mais fôlego”, diz Rafael Ragazi, sócio e analista da Nord Research, que tem recomendação de compra para os papéis.
“Para entender bem o potencial do BTG, atualmente, o banco está negociando a 10 vezes o lucro. Isso não é nem o múltiplo médio histórico das empresas da bolsa no Brasil, que é por volta de 15 vezes (o lucro). Então, existe um upside para capturar”, acrescenta Ragazi.
Planejador financeiro e especialista em investimentos, Jeff Patzlaff também vê o BTG (BPAC11) como boa opção para encarar o cenário econômico brasileiro, que é historicamente incerto.
Patzlaff avalia que a diversificação do portfólio do BTG garante uma certa segurança em linhas de negócios mais defensivas, como gestão de ativos e patrimônio, “o que proporciona resiliência em diferentes ciclos econômicos”.