Ações do Itaú (ITUB4) subiram forte após resultados do 1º tri; o que o mercado gostou?
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Casas de análise de investimento receberam com entusiasmo os resultados do primeiro trimestre de 2025 e as projeções do Itaú Unibanco (ITUB4). Como efeito, tanto as ações preferenciais quanto as ordinárias do maior banco brasileiro por ativos subiram forte na sessão de sexta-feira (9) da B3.
“As expectativas eram altas, mas acreditamos que o Itaú as superou”, afirmou em relatório a equipe de analistas do BTG Pactual liderada por Eduardo Rosman, citando fatores como qualidade dos ativos e o robusto crescimento da margem com clientes.
Lucro do Itaú
O Itaú anunciou na noite de quinta-feira (8) que teve lucro recorrente de R$ 11,1 bilhões de janeiro a março, um aumento de 13,9% ante mesmo período do ano anterior. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) evoluiu de 21,9% para 22,5% no período, mantendo-o como o de maior desempenho entre os grandes bancos de varejo no país, refletindo controle do índice de atrasos, mesmo com carteira de crédito crescendo 13,2% em 12 meses.
Em teleconferência com analistas na manhã de sexta-feira (9), o presidente-executivo do Itaú, Milton Maluhy Filho, reagiu com cautela a questionamentos se o banco tem condições de manter os níveis de crescimento e rentabilidade ao longo de 2025, mesmo com a economia desacelerando e a Selic na máxima em 19 anos.
“Com o juro alto, os clientes tendem a postergar a demanda por financiamentos”, alertou ele, ressalvando acreditar que o Itaú caminha para atingir o topo das previsões de desempenho para o ano.
De todo modo, além do próprio BTG, casas como Goldman Sachs, XP, Bradesco BBI e Bank of America reforçaram recomendação de compra para ITUB4, ainda que o papel já acumule valorização de quase 40% em 2025, já atingindo R$ 36, a cotação esperada por alguns analistas para daqui a 12 meses.
“Acreditamos que há chance de melhora das expectativas do mercado para o resultado do Itaú no ano”, afirmou a equipe do Bofa sob liderança de Mario Pierry.
Itaú mostra cuidado com o consignado privado
Maluhy Filho frisou que o crescimento mais recente do crédito se deu em linhas de menor risco, abordagem que o banco pretende manter, à medida que busca equilibrar crescimento e qualidade dos ativos.
Nesse sentido, o executivo explicou que o Itaú tem uma abordagem mais conservadora em relação ao consignado privado, lançado em março pelo governo federal para ampliar o crédito para o varejo. Segundo dados mais recentes, esse produto movimento cerca de R$ 10 bilhões.
Segundo o CEO do Itaú, de fato o produto tem um potencial de atingir centenas de bilhões de reais, podendo inclusive ter impacto sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Porém, ainda há “riscos operacionais importantes” que precisam ser resolvidos antes que os grandes bancos de varejo atuem com mais força no segmento.
“Decidimos não assumir algumas operações, porque o risco não compensa”, afirmou Maluhy Filho.
“Tem gente tomando mais risco por falta de conhecimento.”
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