Alívio de tarifas impulsiona recuperação tecnológica; ações da Apple disparam

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, isentou de tarifas alguns produtos de tecnologia, mas alertou que taxas mais direcionadas estão em andamento

Empresas citadas na reportagem:

Os investidores comemoram nesta segunda-feira (14) uma redução de tarifas para o setor de tecnologia, embora a trégua possa durar pouco.

A recente reviravolta do governo Trump na política comercial impulsionou, nas primeiras negociações do dia, no pré-mercado de Wall Street, empresas de hardware de tecnologia, como Apple (AAPL34) e Dell, e ações de chips, como Nvidia (NDVC34) e Micron.

A Apple, a mais afetada pelo tarifaço de Trump, conseguiu se esquivar de sua maior crise desde a pandemia – pelo menos por enquanto. Até então, as tarifas impostas sobre os produtos produzidos na China ameaçavam afetar sua cadeia de suprimentos de forma tão séria quanto as dificuldades causadas pela Covid há cinco anos.

Como efeito da isenção temporária, os contratos futuros de índices avançaram na manhã desta segunda-feira, com contratos atrelados ao índice Nasdaq-100, de alta concentração de tecnologia, liderando o movimento.

Às 9h, as ações da Apple (AAPL34) subiam mais de 5% no pré-mercado, em Nova York.

Smartphones, computadores, chips de memória e diversas outras categorias de produtos estarão isentos das tarifas abrangentes impostas no início deste mês, mostrou um documento divulgado na sexta-feira.

Isso representa um grande alívio para a Apple e outras empresas que fabricam muitos itens na China.

No entanto, o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, alertou no domingo (13) que muitos produtos de tecnologia ainda enfrentarão impostos separados em um ou dois meses.

Também no domingo, Trump enfatizou nas redes sociais que “NINGUÉM está ‘se livrando'” das tarifas e que os impostos sobre produtos de tecnologia estão simplesmente sendo transferidos para outra categoria.

Os ganhos do setor de tecnologia também impulsionaram a alta dos mercados globais nesta segunda, com os índices de ações no Japão e na Coreia do Sul avançando cerca de 1%. O Índice Hang Seng, de Hong Kong, saltou 2,4%.

Já os índices de ações europeus avançaram, com empresas de semicondutores como Infineon e STMicroelectronics em alta.

Após sua maior retração semanal desde o final de 2022, o dólar permanecia sob pressão na manhã de segunda-feira. O movimento da moeda estrangeira indica preocupações contínuas com as perspectivas econômicas dos EUA. Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos recuavam nesta manhã.

Analistas veem uma chance de 45% de recessão à frente nos Estados Unidos, quase o dobro do risco que previam em janeiro.

O fundador do fundo de investimentos Ray Dalio alertou, no fim de semana, que a economia americana está flertando com a contração.

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