Vale a pena investir na Copel (CPLE6) após nova política de dividendos?
- A Copel (CPLE6) anunciou nova política de dividendos e estrutura de capital;
- Pagamento mínimo anual de 75% do lucro líquido, em pelo menos duas vezes.
- Meta de alavancagem de 2,8 vezes em até 24 meses;
- Santander recomenda compra das ações, com preço-alvo em R$ 12,63;
- Ações da Copel apresentam potencial de valorização de 16%
Empresas citadas na reportagem:
A Copel (CPLE6) está em um movimento acelerado para converter sua forte geração de caixa em uma distribuição robusta de dividendos, aponta o relatório do Santander. Ao divulgar seus resultados, na última sexta-feira (9), a empresa também anunciou sua tão aguardada nova política de dividendos e estrutura de capital ideal.
A distribuidora de energia elétrica definiu sua estrutura de capital ideal com uma meta de alavancagem, medida por dívida líquida sobre lucro operacional (Ebitda), de 2,8 vezes, com uma faixa de tolerância de 0,3 vez estabelecendo os limites inferior e superior. A empresa tem a obrigação de atingir essa meta de alavancagem em até 24 meses.
Política de dividendos da Copel (CPLE6)
O pagamento mínimo anual será de 75% do lucro líquido, acontecendo pelo menos duas vezes ao ano. Durante teleconferência com analistas, a gestão esclareceu que a Copel pode alcançar o índice de alavancagem de 2,8 vezes até o final de 2025 e que o objetivo é manter pagamentos consistentes de dividendos, evitando grandes variações nos valores pagos ao longo dos anos.
Os analistas destacaram que a distribuidora de energia elétrica ainda tem um distanciamento relevante de avaliação em relação às principais empresas privadas do setor focadas em dividendos, que operam com uma taxa interna de retorno real média de 8,1%. Nesse sentido, para que a Copel atinja essa valorização, suas ações precisariam subir 16,0%.
Nesse sentido, o Santander reforça a recomendação de compra das ações, com avaliação de desempenho acima da média e preço-alvo fixado em R$ 12,63.
BofA otimista com ações da Copel
Embalada pela perspectiva de que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, possa iniciar o ciclo de cortes da Selic a partir de dezembro, a equipe de estratégia do Bank of America (BofA) manteve o otimismo com as ações brasileiras, ao reiterar a posição “overweight” (acima da média de mercado) com a bolsa local. O banco também optou por fazer mudanças no portfólio sugerido, com a inclusão dos papéis da Copel e exclusão de Gerdau.
“Nós acreditamos que as taxas de juros mais baixas no próximo ano poderão turbinar o crescimento dos lucros e os ‘valuations’ das companhias domésticas. “As ações brasileiras, excluindo as de commodities, negociam com um desconto de 13% versus o histórico”, afirmou a equipe da casa, liderada por David Beker, em relatório.
Segundo os especialistas do banco, a Selic pode encerrar 2026 em 11,25%, o que seria uma visão melhor do que os 12% esperados pelo mercado no Boletim Focus. De olho em um cenário de juros menores, os profissionais do banco contam que adicionam os papéis da Copel, atentos ao retorno em termos de dividend yield (taxa de rendimento com dividendos) e à redução de custos feita pela empresa.
Por outro lado, o banco optou por excluir as ações da Gerdau do portfólio, sob a justificativa de ser necessário alocar em nomes mais domésticos.
Embora estejam mais otimistas com as ações brasileiras, os analistas do BofA elencaram alguns riscos no cenário, como ruídos políticos, deterioração fiscal e frustração com o progresso da agenda de reformas.
Com informações do Valor Econômico
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