Quais as melhores ações de commodities para se proteger da guerra comercial de Donald Trump?

- O Itaú BBA indica ações de commodities resilientes à guerra comercial.
- Papel e celulose (Suzano e Klabin) lideram as recomendações, devido à alta demanda e eficiência de custos.
- Vale (mineração) se destaca pela forte geração de fluxo de caixa.
- Aura Minerals (ouro) oferece risco-retorno atraente, apesar da menor liquidez.
- Gerdau (siderurgia) apresenta resiliência operacional e menor alavancagem.
- Riscos incluem desaceleração da demanda na China e Europa.
Empresas citadas na reportagem:
Não está sendo fácil escolher uma ação para investir na bolsa no meio do bang-bang de tarifas iniciado por Donald Trump, o presidente americano. Neste momento, Estados Unidos e China duelam fortemente.
E o Brasil, grande fornecedor de commodities, tenta se proteger da artilharia e, se possível, tirar algum proveito da situação para as ações do setor.
O Itaú BBA publicou nesta quinta-feira (10) um relatório com os papéis das empresas produtoras de commodities que o banco considera mais protegidas no meio dessa briga.
Não chegam a ser um porto seguro, mas uma oportunidade para, no stock picking, o investidor tentar mitigar os riscos e, quem sabe, angariar múltiplos em uma bolsa que é, neste momento, considerada barata pelos especialistas.
Papel e Celulose
No topo das preferências, o Itaú BBA coloca as empresas do setor de papel e celulose, notadamente Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11).
Entre os fatores favoráveis, o banco ressalta que esse segmento apresenta maior resiliência do ponto de vista da demanda. Também conta com “alta eficiência de custos dos produtores brasileiros” e, ainda por cima, se beneficia dos impactos positivos de um real mais fraco.
Além disso, a equipe de analistas do banco pontua os potenciais benefícios de estímulos relacionados ao consumo na China – isso, no caso de um cenário mais otimista.
“A Suzano está se beneficiando de uma mudança estrutural na geração de FCF (fluxo de caixa livre) após o ramp-up da usina de Ribas do Rio Pardo”, destaca o relatório.
“Enquanto a Klabin também deve colher os benefícios de seu último ciclo de investimentos e se concentrar na desalavancagem financeira”, observa.
Ponto de atenção
Há um ponto de atenção a considerar. Segundo o relatório, o banco reconhece alguns potenciais obstáculos à dinâmica de oferta e demanda devido ao crescimento econômico mais lento do mundo.
Para isso, eles destacam uma potencial desaceleração da demanda da China e da Europa. Isso, obviamente, leva em consideração os riscos do mercado com a escalada das retaliações de lado a lado do conflito.
Siderurgia e mineração
Outro setor tradicionalmente quente da bolsa brasileira – e historicamente muito buscado pelos investidores estrangeiros – é o de siderurgia e mineração. Nesse caso, o banco lista três ações preferidas: Vale (VALE3), Aura Minerals (AURA33) e Gerdau (GGBR4).
A Vale desponta coma a preferida do banco no setor. Segundo os analistas, a empresa parece atraente do ponto de vista de avaliação, já que oferece um carrego interessante devido à sua forte geração de fluxo de caixa livre. E isso, dizem os especialistas, mesmo com os preços mais baixos do minério de ferro no mercado neste momento.
Já a Aura é uma escolha para investidores que conseguem lidar com a liquidez mais limitada das ações. “Isso, visto que sua exposição aos preços do ouro e gatilhos positivos de curto prazo apresentam uma proposta de risco-retorno atraente”, destaca o documento.
“Entre as empresas do setor siderúrgico, preferimos Gerdau devido ao seu perfil operacional mais resiliente e menor alavancagem financeira”, escrevem os analistas. O posicionamento, destacam, é vantajoso em um cenário de incerteza.
“A empresa é mais diversificada geograficamente, com quase metade de seu EBITDA proveniente dos EUA, onde o mercado mais protegido pode levar a margens maiores no curto prazo”, avaliam. “No entanto, a potencial desaceleração do crescimento do PIB dos EUA pode impactar os resultados, principalmente no segundo semestre de 2025”, concluem.
Leia a seguir