- Home
- Mercado financeiro
- Ações
- No precinho: 25 ações na B3 que ficaram baratas após forte queda recente, segundo Itaú BBA
No precinho: 25 ações na B3 que ficaram baratas após forte queda recente, segundo Itaú BBA
Empresas citadas na reportagem:
O Itaú BBA apresentou uma lista de 25 ações negociadas na B3 que ficaram com preços atraentes, considerando que todas têm uma combinação de desempenho operacional consistente e expectativa de resultados animadores.
No conjunto, as ações têm uma expectativa de crescimento de 23% do lucro por ação em 2025, segundo a equipe de estratégia em ações liderada por Daniel Gewehr.
Além disso, os papéis selecionados devem ter uma rentabilidade sobre o patrimônio ao redor de 21%, contra média de 15,5% das componentes do Ibovespa.
Ainda assim, as ações do relatório são negociadas com um desconto médio superior a 17% em relação à média dos últimos cinco anos.
Então, confira a lista abaixo, por setores:
- Agronegócio: JBS (JBSS3), 3tentos (TTEN3) e SLC (SLCE3)
- Bancos e serviços financeiros: BTG Pactual (BPAC11); Banco Inter (INBR32)
- Bens de consumo e varejo: Mercado Livre (MELI34), Grupo Mateus (GMAT3) e C&A (CEAB3)
- Saúde e educação: Rede D’Or (RDOR3) e Yduqs (YDUQ3)
- Petróleo e gás: Petrobras (PETR4), PRIO (PRIO3) e Vibra Energia (VBBR3)
- Papel e celulose: Suzano (SUZB3)
- Siderurgia e Mineração: Vale (VALE3) e Aura (AURA33)
- Construção civil: Direcional (DIRR3) e Cury (CURY3)
- Transporte e bens de capital: Localiza (RENT3)
- Tecnologia: VTEX (V2TX34)
- Telecom: TIM (TIMS3)
- Concessionárias: Equatorial (EQTL3); Sabesp (SBSP3) e Eletrobras (ELET3)
- Estratégia ESG: Orizon (ORVR3)
JBS (JBSS3)
Segundo os analistas, a plataforma diversificada da JBS proporciona uma vantagem competitiva fundamental em meio à dinâmica atual das commodities alimentícias.
O fato de a gigante operar em diversas geografias também permite que a JBS tenha menor volatilidade de margem em uma perspectiva consolidada.
E a iminente listagem da companhia em bolsas nos EUA pode reduzir parcialmente a diferença de múltiplos entre a companhia e seus rivais globais.
Além disso, também pode proporcionar custos de financiamento mais baixos e melhorar a percepção de governança corporativa.
3tentos (TTEN3)
Embora a maior parte do setor do agronegócio esteja passando por um momento de fragilidade devido aos baixos preços das commodities, a plataforma integrada exclusiva da 3tentos pode compensar parcialmente as tendências de desaceleração em alguns subsegmentos do setor e alavancá-las como vantagens competitivas importantes em outras partes da cadeia de suprimentos, afirma o BBA.
Além disso, o plano de expansão da 3tentos para o Mato Grosso abre um potencial de crescimento significativo para a empresa. A 3tentos já demonstrou forte capacidade de execução no passado e esperamos que isso continue no futuro.
O recente atraso na obrigatoriedade da mistura de biodiesel tem pesado sobre o preço das ações. Uma vez normalizado, poderá potencialmente gerar benefícios para o segmento industrial da 3tentos.
SLC (SLCE3)
Os analistas do BBA consideram a SLC uma vencedora do agronegócio brasileiro. Porém, há uma forte correlação entre a ação e os preços da soja, que não possuem um gatilho de curto prazo.
Ademais, após os recentes anúncios de investimentos em expansão, o preço das ações reagiu negativamente. No entanto, os estrategistas entendem que a estratégia de alocação de capital da empresa para comprar ou arrendar terras agrícolas é oportuna, enquanto o setor enfrenta um momento fraco.
Com o comércio global em foco, exportadores brasileiros de grãos podem ser potenciais vencedores em termos relativos, beneficiando-se de um ganho na participação das exportações globais, diz o relatório.
BTG Pactual (BPAC11)
O BTG é a ação preferida do BBA no mercado de capitais, por considerara o banco de investimentos capaz de extrair uma rentabilidade sólida mesmo em dias mais difíceis para o mercado.
Apesar do desafiador processo de curto prazo, os esforços internos podem elevar os lucros em 14% em relação ao ano anterior, para R$ 14,2 bilhões, com um ROE de 24%. É a única ação financeira com revisão de lucros para cima para o ano.
banco inter (INBR32)
O inter é o banco digital preferido do BBA, combinando avaliações descontadas com maior disciplina na aplicação de capital impulsionada pelo rentabilidade, que subir nos trimestres.
“Em 2025, devemos ver uma combinação de melhores margens ajustadas ao risco com eficiência
elevando a rentabilidade para a faixa intermediária, reduzindo o risco de longo prazo”, diz o relatório.
Mercado Livre (MELI34)
A plataforma de e-commerce líder na América Latina beneficia-se das vantagens de ser pioneira, com uma rede logística robusta e crescente, assinala o BBA, que a vê bem posicionada para impulsionar ainda mais a migração do comércio físico para o online na América Latina.
Além disso, a empresa tem alavancas para melhorar a lucratividade: aumento da penetração de anúncios, maior monetização dos centros logísticos, redução dos custos e diluição dos investimentos por meio de ganhos de escala.
Grupo Mateus (GMAT3)
Os analistas vêem a varejista bem posicionado em um setor historicamente resiliente em ambientes macroeconômicos desafiadores.
GMAT3 tem uma história de crescimento de longo prazo com alavancas claras para o crescimento do fluxo de caixa livre, incluindo expansão de vendas impulsionado pela abertura de lojas, múltiplos fatores para melhorias de margem de curto prazo (densificação de rotas, controle de custos).
Por fim, melhoras no estoque devem reduzir sua lacuna em relação aos concorrentes, impulsionando a geração de caixa.
C&A (CEAB3)
O BBA avalia que a varejista de moda deve ter aumento da produtividade das vendas, reduzindo a diferença de avaliação em relação aos principais concorrentes, hoje estimada em quase 40%.
Para isso, a C&A tem dois projetos principais de eficiência e, até agora, só obteve 30% dos benefícios
pretendidos no final.
A convergência total geraria um adicional de R$ 300 milhões a R$ 350 milhões em lucro líquido, segundo o relatório.
Rede D’Or (RDOR3)
Apesar do ambiente difícil para os prestadores de serviços de saúde observado nos últimos trimestres, segundo o BBA, a Rede D’Or comprovou sua resiliência no modelo de negócios, apresentando resultados sólidos no período.
“Esperamos que ela continue a superar outros players hospitalares no futuro”, afirmaram os analistas.
Nesse sentido, o plano de expansão da Rede D’Or deve permitir melhores negociações com fornecedores e operadoras de saúde.
Em outra frente, a melhora consistente na sinistralidade da SulAmérica deve continuar impulsionando a expansão da margem consolidada, combinada com tendências saudáveis de crescimento orgânico.
Yduqs (YDUQ3)
O setor de educação tem enfrentado diversos obstáculos, incluindo menores perspectivas de crescimento no segmento de ensino a distância, potenciais mudanças regulatórias e taxas de juros mais altas. Porém, para o BBA a Yduqs parece ser a empresa mais bem posicionada para enfrentar esses desafios, considerando seu histórico e sua sólida base.
Em termos relativos, a Yduqs apresenta menor alavancagem financeira em comparação com outras empresas do setor, além de melhores expectativas de geração de caixa em 2025, o que deve sustentar o objetivo de desalavancagem financeira.
Petrobras (PETR4)
A Petrobras oferece uma combinação de fundamentos sólidos e governança aprimorada, sendo uma combinação de uma história de crescimento (raro entre petrolíferas) com risco mitigado de alocação de capital, na opinião do BBA.
Se a empresa mantiver sua política de dividendos, o dividend yield poderá permanecer em dois dígitos mesmo no cenário atual de preços mais baixos do petróleo, o que pode funcionar como uma proteção no atual cenário de deterioração.
A recente revisão da dívida bruta e das referências mínimas de caixa aumentou a flexibilidade da empresa para pagar dividendos.
Prio (PRIO3)
A PRIO tem perspectivas de crescimento orgânico e capacidade financeira e intenção estratégica para buscar oportunidades de crescimento inorgânico.
Além disso, o BBA destacou a forte geração de fluxo de caixa para o ano, mesmo em um cenário de estresse, com a primeira extração de petróleo do campo de Wahoo em 2026.
Por fim, a empresa tem uma resiliência significativa a cenários de preços baixos do petróleo, devido ao seu baixo custo de extração por barril e ao investimento de capital limitado comprometido no curto prazo.
Vibra (VBBR3)
O BBA considera o setor de distribuição de combustíveis uma opção defensiva durante períodos de queda nos preços do petróleo bruto, uma vez que as margens não são diretamente impactadas pelas flutuações nos preços do petróleo bruto.
Ademais, a dinâmica competitiva do setor devem melhorar com a nova legislação para combate a irregularidades.
Adicionalmente, a Vibra tende a se beneficiar de sinergias da consolidação da Comerc e de melhora das margens devido ao aumento das vendas da nova fábrica de lubrificantes, que pode vir mais rápido do que o esperado.
Suzano (SUZB3)
Os analistas veem a Suzano como a melhor produtora global de celulose de fibra curta, e que ela está
tem fortes fundamentos de demanda de longo prazo.
Simultaneamente, os preços da celulose voltaram a subir. Quando isso acontece, a Suzano se beneficia mais do que a Klabin, dada sua maior exposição ao negócio de celulose.
Também projetamos fortes rendimentos de fluxo de caixa livre próximos a dois dígitos baixos a partir de 2025, impulsionados pelo ganho de tração da operação da Cerrado.
Vale (VALE3)
A Vale se destaca ante as rivais globais pela qualidade superior de seu minério de ferro, diz o BBA, que no entanto tem uma visão estruturalmente cautelosa para o setor, dada a desaceleração da produção de aço chinesa nos próximos anos e o início de novos projetos.
Contudo, com o esgotamento da indústria global de mineração e o movimento de fuga para a qualidade são bons para a Vale, considerando seus ativos operacionais de classe mundial.
Olhando para o futuro, existem desafios de fornecimento, como uma alta taxa de esgotamento, projetos complexos de licenciamento e preços de incentivo mais altos para novos projetos, o que poderia, em última análise, beneficiar produtores eficientes com altas reservas, como a Vale, diz o relatório.
Aura (AURA33)
O ouro está em destaque como uma classe de ativos com diferentes correlações que podem aumentar os retornos da empresa. Ademais, o BBA destaca que a Aura tem uma estrutura econômica e é boa pagadora de dividendos.
Os analistas ainda apontam para expectativa de desempenho positivo no futuro, incluindo o aumento da produção em Borborema, a execução de novos projetos de crescimento e potenciais fusões e aquisições.
“Vemos uma avaliação atraente, um momentum positivo nos lucros e o potencial de aumento da visibilidade e liquidez para a ação”, diz o relatório.
Direcional (DIRR3)
A Direcional Engenharia está posicionada para um crescimento significativo, impulsionado pelas condições favoráveis do programa Minha Casa Minha Vida.
O BBA também estima que a construtora deve pagar um rendimento de dividendos de 14% para o próximo ano.
“A presença geográfica diversificada da Direcional e o baixo risco de execução reforçam ainda mais nossa confiança no potencial da empresa para entregar retornos acima da média”, escreveram os analistas.
Cury (CURY3)
Outra que se beneficia da expansão do Minha Casa Minha Vida, turbinada por sua forte força de vendas.
A empresa também possui a menor duração de estoque do segmento, com 3,6 meses de vendas.
A Cury está presente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, é uma empresa com caixa líquido e possui uma das maiores margens brutas do setor (38,8%), afirma o BBA.
Localiza (RENT3)
A locadora de veículos teve uma substancial de risco após os números do quarto trimestre de 2024 e os comentários da empresa sobre uma perspectiva positiva também para o começo deste ano. Isso inclui principalmente uma tendência estável nas vendas de seminovos, bem como o crescimento de dois dígitos nas tarifas de seus negócios de aluguel.
O nome voltou aos holofotes à medida que investidores locais buscam adicionar nomes líquidos, de alta qualidade e em fase beta ao seu portfólio.
O crescimento dos lucros pode chegar a 30% em 2026 em comparação com 2025, o que significa uma forte correção de múltiplos à frente, diz o documento.
VTEX (V2TX34)
A VTEX está exposta à tendência de digitalização do varejo na América Latina, que atualmente apresenta uma lacuna em comparação com economias desenvolvidas (por exemplo, o Brasil apresenta uma penetração digital de 13% contra 27% nos EUA).
“Vemos sólidas oportunidades de crescimento a longo prazo decorrentes de a migração do varejo offline para o online, além da expansão para a América do Norte e Europa (11% da receita até 2024)”, afirmou o BBA.
A VTEX também tem perspectivas de crescimento de receitas com publicidade, lançado em 2024, que devem melhorar o desempenho operacional nos próximos anos.
TIM (TIMS3)
Nos últimos cinco anos, a TIM migrou com sucesso usuários pré-pagos para planos pós-pagos, impulsionando o crescimento das receitas por cliente, afirmaram os analistas.
Esse crescimento tem sido ainda mais sustentado, desde 2022, pelos aumentos de preços após a consolidação tripla no setor de telefonia móvel.
As margens crescentes, aliadas a uma alocação estável de investimentos, permitiu uma crescente geração de fluxo de caixa livre, impulsiona um retorno saudável para os acionistas.
Equatorial (EQTL3)
O BBA enxerga a Equatorial com um histórico de excelência em alocação de capital, bom momento operacional e uma recente aquisição que valeu a pena: uma participação minoritária na Sabesp (SBSP3).
A Equatorial continua entre as principais escolhas do banco entre concessionárias de energia elétrica, com base em sua avaliação atrativa, forte crescimento esperado do resultado operacional e perspectivas promissoras de crescimento.
Sabesp (SBSP3)
Apesar da alta das ações após a privatização, a Sabesp continua sendo uma das principais apostas do BBA no setor de serviços públicos.
“Nossa visão positiva sobre a Sabesp é sustentada por sua avaliação atrativa, perspectiva de crescimento promissora e significativo potencial de valorização com ganhos de eficiência”, afirmam os analistas, também apontando para benefícios ter a Equatorial como investidora estratégica.
Eletrobras (ELET3)
A Eletrobras é a empresa mais exposta aos preços de energia de longo prazo na cobertura do BBA, que enxerga volatilidade nos próximos anos com o crescimento das energias renováveis, pressionando os preços.
Como o portfólio de geração da Eletrobras é majoritariamente hidrelétrico, os analistas entendem que ela deve se beneficiar disso: as usinas hidrelétricas gerarão mais durante os períodos do dia em que os preços estão mais altos.
Orizon (ORVR3)
O relatório aponta que o projeto de lei do Combustível do Futuro desbloqueia um vasto mercado potencial para a Orizon. A obrigação está prevista para entrar em vigor em 2026, com a meta de redução de emissões começando em 1%.
“ Vemos a Orizon comprometida em crescer no mercado de biometano com retornos crescentes.
“Vemos a Orizon como o player que mais poderá se beneficiar deste segmento de negócios nos próximos anos”, diz o BBA.
Leia a seguir