As estratégias dos fundos de ações que tiveram rentabilidade superior ao Ibovespa em 2021

Em média, os 10 fundos de ações que foram melhores no ano passado ganharam 32%

- Foto: Marga Santoso/Unsplash
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Não foi um 2021 fácil para ninguém, mas o que poucos previam é que não só o índice Ibovespa, o principal da bolsa brasileira, não subiria até os esperados 130 mil pontos como ele cairia, perdendo 12% no ano e fechando abaixo de 105 mil pontos. Não à toa, apenas um terço (201) dos 572 fundos de investimentos em ações mapeados pelo Valor Investe para os rankings de rentabilidade ganharam do Ibovespa em 2021. Mas um grupo de gestores de fundos de investimentos conseguiu, se é possível dizer, façanhas em um período desafiador como foi 2021.

Em média, os dez fundos de investimento mais rentáveis do ano ganharam 32%, de acordo com levantamento feito pelo economista Marcelo d’Agosto, a partir de informações da plataforma Morningstar. O melhor deles, o Organon FIC FIA, da gestora Organon Capital, conquistou a primeira posição ao render 54%.

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Os três seguintes são da mesma gestora, a Trígono Capital, especializada em investir em pequenas empresas. O que eles têm em comum que explica o sucesso dos produtos? Apostam em ações de companhias de menor porte que suas equipes de análise avaliam no detalhe. A macroeconomia – juros, inflação, câmbio, crescimento econômico – até é acompanhada por esses gestores, mas sem ser o fator decisivo para a tomada de decisão.

“Somos um fundo de ações focado no Brasil, em empresas brasileiras, e sem alavancagem (só podemos ter 100% do patrimônio investido e não mais que isso). Buscamos oportunidade de investimento nas menos conhecidas, que não são as queridinhas do mercado, como empresas de pequeno e médio porte, seara onde há mais assimetrias de informação, já que não tem muitos analistas cobrindo”, conta Raphael Maia, diretor de investimentos da Organon.

Nessa lógica, surfaram três grandes ondas em 2021: a das ações da Ferbasa, que atua na área de metalurgia, mineração e recursos florestais e se valorizou 159% em 12 meses; a operadora portuária Santos Brasil, que ganhou 27% de valor em 2021; e a incorporadora Syn (ex- Cyrela Commercial Properties), que avançou 3% no período. Todas essas posições já foram vendidas e trouxeram ganho para os acionistas.

O executivo explicou que, apesar de preferir companhias que faturem entre R$ 1 bilhão a R$ 10 bilhões, não há nenhuma restrição de aplicar o dinheiro dos cotistas em companhias de maior porte, caso uma oportunidade apareça. Foi com essa filosofia que o fundo incluiu a petroquímica Braskem, que é uma de suas principais posições hoje.

“Geralmente as nossas teses se baseiam de uma percepção de que há algo conjunturalmente ruim acontecendo com a empresa no momento, mas que ela conseguirá construir uma melhora para frente. Ganhamos dinheiro quando a melhoria de resultados chega e vendemos quando ela chega no preço justo”, diz Maia.

No caso de Ferbasa, por exemplo, ele conta que, quando decidiram investir no papel no final de 2020, o preço do ferrocromo estava no menor patamar em dez anos e o governo chinês já sinalizava que encrencaria com produção de energia poluente. Com a diminuição da produção na China por conta de restrições impostas pelo governo houve um descasamento entre oferta e demanda, com a economia mundial já se recuperando, e os preços dispararam. O lucro da empresa, que havia sido de R$ 70 milhões em 2020, saltou dez vezes em 2021, puxando a ação.

Assim como a Organon, a Trígono até dá uma espiada no ambiente macro, mas é o individual que conta mesmo na hora de decidir por investir. E as duas gestoras também compartilham o foco principal em pequenas empresas, menos visadas e que podem oferecer grandes ganhos no médio e longo prazo.

Leia a reportagem completa no site www.valorinveste.com

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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