Ações da Boeing caem após China proibir a entrega de jatos da fabricante americana

Companhias aéreas chinesas foram instruídas a não aceitar mais entregas da Boeing e orientadas a não comprar mais equipamentos relacionados a aeronaves de empresas dos EUA
🤖 Leia o resumo feito pelo Flash, nossa ferramenta de Inteligência Artificial
  • Ações da Boeing caíram 2,36% após a China proibir entregas de jatos americanos.
  • Companhias aéreas chinesas foram orientadas a não receber mais aeronaves Boeing.
  • A decisão é parte da escalada na guerra comercial entre EUA e China.
  • Analistas têm opiniões divergentes sobre o impacto a longo prazo.
  • A Boeing enfrenta riscos de retaliação e aumento de custos devido às tarifas.
  • A China representa cerca de 3% da carteira de pedidos da Boeing.
  • Outras empresas do setor aeroespacial também são afetadas pela guerra comercial.
LER RESUMO

As ações da Boeing fecharam em queda de 2,36% nesta terça-feira (15) depois que o governo chinês determinou que companhias aéreas locais não recebam mais jatos da fabricante americana como parte de uma escalada na guerra comercial com os Estados Unidos.

As companhias aéreas chinesas foram instruídas a não aceitar mais entregas da Boeing e orientadas a não comprar mais equipamentos relacionados a aeronaves de empresas dos EUA, informou a Bloomberg, citando fontes familiarizadas com o assunto.

A Boeing não respondeu a um pedido de comentário.

Na Europa, as ações da Airbus fecharam em alta de 1,2%.

Empresa sofre com tarifas de Trump

Até o pregão desta terça, as ações da Boeing haviam caído cerca de 6% desde que o presidente Donald Trump anunciou as tarifas recíprocas em 2 de abril.

As tarifas não só implicam em custos a mais para a Boeing, mas também em riscos de retaliação, uma vez que a companhia é uma grande exportadora dos Estados Unidos.

Em 2024, quase 70% das vendas da divisão de aviões comerciais da empresa foram para fora dos EUA.

Inicialmente, o governo americano impôs uma tarifa de 34% à China. Posteriormente, o percentual da alíquota foi elevado para 145% sobre todos os produtos chineses.

Peso da China na carteira da de 5,6 mil unidades da Boeing é de 130 aviões

Apenas cerca de 130 aviões na carteira de pedidos da Boeing, que conta com mais de 5.600 unidades, são destinados a compradores chineses, segundo a analista do Jefferies Sheila Kahyaoglu, que recomenda a compra das ações com um preço-alvo de US$ 220.

“Não estamos surpresos com a paralisação, pois as entregas de aeronaves tendem a ser usadas como alavancas em negociações comerciais”, escreveu Kahyaoglu nesta terça-feira. “Também há provavelmente alguma esperança de que isso seja temporário e forneça à China uma moeda de troca em qualquer negociação.”

Incluindo Hong Kong, o número de jatos destinados à China na carteira de pedidos sobe para cerca de 160 unidades, afirma o analista Rob Stallard, da Vertical Research Partners. Isso representa aproximadamente 3% da carteira da Boeing.

A China representa cerca de 6% da carteira da Airbus, ele acrescenta. Clientes “não divulgados” representam cerca de 12% da carteira de pedidos de cada empresa. Alguns desses aviões provavelmente terão como destino a China.

Stallard tem recomendação neutra para as ações da Boeing e um preço-alvo de US$ 180.

Mercado está de olho em entregas e previsões futuras

As entregas e as projeções futuras podem ser uma melhor forma de acompanhar o impacto. Em 2018, antes da paralisação mundial do 737 MAX após dois acidentes fatais, a China respondia por cerca de 25% das entregas da Boeing.

Além disso, a Boeing espera que a China precise de quase 9.000 aviões nos próximos 20 anos para atender à crescente demanda por viagens aéreas. A Boeing gostaria de, pelo menos, dividir esse mercado com a Airbus.

Enquanto isso, a Ryanair, maior companhia aérea de baixo custo da Europa, alertou que pode adiar o recebimento de aviões da Boeing se as tarifas dos EUA os tornarem mais caras, informou o “Financial Times”.

O analista Matthew Akers, do Wells Fargo, também reduziu o seu preço-alvo para as ações da Boeing de US$ 113 para US$ 111, à medida que “uma desaceleração econômica global afeta tanto os equipamentos originais quanto o mercado de reposição”. Ele recomenda a venda das ações.

A Boeing e o setor aeroespacial em geral não são os únicos afetados pela guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

A Tesla recentemente parou de aceitar pedidos na China para seus modelos S e X, que são exportados dos EUA, em meio ao aumento das tarifas.

A China também suspendeu as exportações de certos minerais críticos usados na fabricação de carros, drones e mísseis, o que pode causar interrupções e aumento de custos nessas indústrias.

*Com informações do Valor Econômico

Leia a seguir

Pular para a barra de ferramentas