Balanço patrimonial

Balanço patrimonial é um relatório que descreve as situação financeira de uma empresa e todas suas movimentações no período, normalmente um trimestre. Em resumo: um balanço de uma empresa é como uma "selfie sem filtro" das informações contábeis que o acionista investidor deve acompanhar.

É no balanço patrimonial onde estão registrados os ativos (bens, valores, créditos e direitos), os passivos (tudo o que uma empresa deve e tem que pagar) e o patrimônio líquido (que é a diferença entre os ativos e os passivos ou ainda, a soma de todos os recursos próprios da empresa).

Geralmente em um relatório de balanço, do lado esquerdo da coluna ficam os ativos; do direito, os passivos. O total de ativos deve ser igual ao de passivos. A linha que garante que esta conta vai fechar é a do patrimônio líquido. De uma maneira bem simples, é possível resumir da seguinte forma: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido.

Por que o balanço patrimonial é importante?

No melhor dos mundos, todo investidor de ações, principalmente os minoritários, deveria acompanhar a publicação do balanço das empresas nas quais ele investe. Não é uma das tarefas mais agradáveis ou fáceis, mas dali você pode tirar informações valiosas para sua tomada de decisão.

É no balanço que você identifica de onde a empresa tirou recursos e os planos dela para novos investimentos. Os balanços são lançados a cada três e seis meses, além do fechamento anual.  

Como analisar um balanço de uma empresa

Uma das perguntas mais comuns aos investidores, principalmente iniciantes, é: como ler um balanço? Afinal, analisar o balanço patrimonial fornece uma visão detalhada dos ativos, passivos e do patrimônio líquido, refletindo a posição financeira da companhia em um determinado momento.

1. Examine os ativos

Divididos em circulantes (como caixa e estoques) e não circulantes (como imóveis e equipamentos), os ativos mostram os recursos controlados pela empresa.

2. Analise os passivos

Os passivos compreendem as obrigações da empresa, classificadas em circulantes (dívidas de curto prazo) e não circulantes (dívidas de longo prazo).

3. Avalie o patrimônio líquido

O patrimônio líquido em um balanço representa o valor residual dos ativos após a dedução dos passivos, indicando o capital próprio da empresa.

4. Verifique indicadores importantes

  • Liquidez corrente: calculada dividindo os ativos circulantes pelos passivos circulantes, mede a capacidade da empresa de honrar suas obrigações de curto prazo;
  • Endividamento: avalia a proporção de capital de terceiros em relação ao capital próprio, indicando o nível de alavancagem financeira;
  • Rentabilidade: reflete a eficiência da empresa em gerar lucro a partir de seus recursos e investimentos.

Ao interpretar esses componentes e indicadores, os investidores podem, então, tomar decisões mais informadas sobre manter, comprar ou vender ações, alinhando suas escolhas aos objetivos financeiros e ao apetite por risco. 

8 curiosidades sobre balanços patrimoniais 

  1. De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), empresas de capital aberto (com ações negociadas na Bolsa de Valores ou que tenham feito ofertas públicas de debêntures) devem tornar seus balanços públicos;
  1. Você vai encontrar o balanço que procura no site da CVM e no da própria empresa;
  1. O prazo máximo para publicação do balanço é até quatro meses depois data do levantamento dos dados apurados;
  1. O balanço de uma empresa é usado para que investidores, credores, concorrentes e a própria companhia possam analisar o comportamento financeiro de um negócio; 
  1. É pelo balanço que se observa o caminho feito pelos recursos financeiros da companhia;
  1. Muitas vezes, o balanço é usado como subsídio para que os líderes elaborem o planejamento estratégico que vão seguir dali por diante;
  1. Uma das metas do departamento financeiro é olhar para o balanço e repensar o planejamento tributário,
  1. Todas as decisões financeiras são tomadas levando-se em conta o balanço da companhia.  

Como tudo começou? 

A história do balanço patrimonial no Brasil começou com a vinda da corte portuguesa e do Príncipe Regente de Portugal, Dom João VI, em 1808. Era preciso ter um órgão que controlaria as receitas e as despesas das verbas públicas. Ali nascia o método das partidas dobradas, que era obrigatório na prestação de contas do Brasil para Portugal.

A partir de então, o que se viu foi a evolução tanto do processo quanto da profissão de contabilista. No início, o contabilista era um guarda-livros, um auxiliar dos comerciantes. Em 1905, surgiu a primeira escola de Contabilidade no Brasil: a Escola de Comércio do Rio de Janeiro.

A primeira associação dos contabilistas é de 1915. E em 1922 surgiu o código de Contabilidade. Mas foi Getúlio Vargas, em 1930, quem regulamentou a profissão, abrindo caminho para que dez anos mais tarde houvesse a padronização contábil, com a Lei das Sociedades por Ações.


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