Nem mesmo alerta de banco convence cliente de que está caindo em um golpe

Muitos seguem com operações, apesar de suspeitas, revelam especialistas

Os fraudadores no Brasil são tão convincentes com suas artimanhas de engenharia social que, mesmo quando o banco alerta o cliente que ele pode estar caindo em um golpe, muitas vezes ele segue com a operação.

“Nós desenvolvemos um alerta contextualizado, que identifica 80% dos casos de possível fraude. Ainda assim, metade dos clientes que nós alertamos continua com aquela transação”, contou Victor Thomazetti, responsável pela área de prevenção a fraude no Itaú, durante o 2º Congresso de Prevenção e Repressão a Fraudes, Segurança Cibernética e Bancária, da Febraban.

Participando do mesmo painel, Lia Pilatti, gerente de prevenção a fraudes no Banco do Brasil, concordou com o colega. “Muitas vezes a gente precisa proteger o cliente dele mesmo, porque o fraudador é muito bom no convencimento.”

Thomazetti afirmou que, além do trabalho de educação financeira, o Itaú tem investido em produtos voltados para a segurança do cliente.

“Se antes a área de fraude trabalhava para proteger o banco, hoje a gente trabalha para proteger o cliente. Antes o objetivo do combate a fraudes era reduzir perdas para o banco, hoje é melhorar a experiência do usuário, gerar confiança na instituição.”

Lia lembrou que a inteligência artificial tradicional já é utilizada há décadas no combate a fraudes. E ainda hoje, mesmo com a ascensão da IA generativa, a IA tradicional ainda é mais rápida, barata e assertiva.

“A IA generativa ainda não é usada na detecção de fraude em tempo real de transação, porque ela consome muitos recursos e demora para dar uma resposta. Mas isso pode mudar no futuro”, disse. “Quanto mais a gente usar IA, tradicional ou generativa, mais a gente vai precisar robustecer nosso parque tecnológico.”

O executivo do Itaú apontou que a IA generativa já é utilizada em área correlatas à detecção de fraude, como por exemplo quando uma fraude foi bem-sucedida e o banco vai analisar o que ocorreu.

“A gente usa GenAI para entender os casos de fraude, chegar a um diagnóstico claro, rápido, preciso e auditável, e depois essas marcações são inseridas na base de dados da IA tradicional para aumentar sua assertividade.”

Com informações do Valor Econômico

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